Apneia do sono: descubra os principais fatores de risco e como identificá-los

Apneia do sono é um distúrbio caracterizado por interrupções repetidas na respiração enquanto a pessoa dorme, causadas pelo fechamento parcial ou total das vias aéreas superiores. Quando isso acontece, o cérebro identifica a falta de oxigênio e envia um alerta para que o corpo desperte e normalize a respiração. Esse ciclo pode ocorrer diversas vezes ao longo da noite, prejudicando a profundidade do sono e a oxigenação do organismo. Como resultado, a pessoa pode acordar cansada, sentir sonolência excessiva durante o dia e ter maior risco de desenvolver problemas cardiovasculares e metabólicos 1.
Por ser considerada multifatorial, ou seja, pode ter diversas cusas, incluindo fatores anatômicos, genéticos e comportamentais 2, a apneia do sono é estudada por diversos profissionais de saúde especialistas em sono em todo o mundo. Para ajudar você a compreender melhor esse distúrbio e seus fatores de risco, nós, do Blog da ResMed, preparamos este conteúdo especial, com informações baseadas em evidências científicas.
Continue a leitura para conferir!
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Quais são os fatores de risco da apneia do sono?
A apneia do sono é um distúrbio respiratório que afeta aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo e cerca de 49 milhões de brasileiros 3. A condição é classificada em três níveis – leve, moderada ou grave – de acordo com a frequência das interrupções respiratórias durante o sono, que duram 10 segundos ou mais cada 4 👇
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Apneia do sono leve: entre 5 e 14 eventos por hora;
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Apneia do sono moderada: entre 15 a 29 eventos por hora;
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Apneia do sono grave: 30 ou mais eventos por hora.
Independentemente da gravidade, alguns fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento da apneia do sono. A seguir confira os principais 5,6,7:
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Obesidade: o excesso de peso, especialmente o acúmulo de gordura ao redor do pescoço e vias aéreas, pode pressionar e estreitar a passagem do ar, facilitando obstruções durante o sono. Indivíduos com índice de massa corporal (IMC) elevado apresentam maior risco de desenvolver AOS.
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Circunferência do pescoço aumentada: um pescoço mais largo (geralmente acima de 40 cm em homens e 35 cm em mulheres) está associado a um maior risco de obstrução das vias respiratórias, dificultando o fluxo de ar durante o sono.
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Idade: embora possa ocorrer em qualquer faixa etária, a apneia do sono é mais comum em indivíduos acima dos 40 anos.
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Gênero masculino: homens têm um risco significativamente maior de desenvolver apneia do sono em comparação com as mulheres, especialmente antes da menopausa. Após a menopausa, o risco entre os gêneros se torna mais semelhante devido a alterações hormonais.
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Anatomia das vias aéreas: alterações estruturais, como amígdalas ou adenoides aumentadas, queixo retraído (retrognatia), palato mole alongado ou desvio de septo nasal, podem estreitar as vias respiratórias e predispor à apneia.
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Histórico familiar: a presença de parentes com apneia do sono pode indicar uma predisposição genética, seja por herança de características anatômicas ou de padrões de controle neuromuscular das vias aéreas. .
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Uso de álcool, sedativos e relaxantes musculares: essas substâncias relaxam excessivamente os músculos da garganta, aumentando a chance de colapso das vias aéreas durante o sono. O consumo antes de dormir pode piorar os episódios de apneia.
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Tabagismo: o cigarro pode causar inflamação e retenção de líquidos nas vias aéreas superiores, contribuindo para a obstrução da passagem do ar e aumentando o risco de apneia do sono.
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Diabetes tipo 2 e resistência à insulina: a AOS tem uma forte associação com doenças metabólicas, incluindo diabetes tipo 2. A relação pode ser bidirecional, já que a apneia pode piorar o controle glicêmico e vice-versa.
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Refluxo gastroesofágico (DRGE): o refluxo ácido pode irritar as vias aéreas e desencadear espasmos musculares, contribuindo para episódios de apneia do sono. A relação entre DRGE e AOS ainda é estudada, mas há evidências de que ambas as condições podem se agravar mutuamente.
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Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e distúrbios hormonais: mulheres com SOP apresentam maior incidência de apneia do sono, possivelmente devido à resistência à insulina e alterações hormonais que afetam o controle respiratório e o metabolismo.
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Posição ao dormir: dormir de barriga para cima pode favorecer o colapso das vias aéreas devido à ação da gravidade sobre os tecidos moles da garganta. Em alguns casos, a mudança da posição (lateral ou barriga para baixo) pode reduzir a frequência dos eventos de apneia projetando a língua para frente.
#DicaResmed: por conta dessa multifatorialidade, a principal recomendação é buscar um profissional de saúde especialista em sono para ter um diagnóstico seguro e preciso. Acesse este conteúdo e saiba como encontrar o profissional mais próximo!
Quais são os sinais e sintomas da apneia do sono?
A apneia obstrutiva do sono (AOS) pode apresentar uma série de sinais e sintomas, que variam de acordo com fatores individuais como idade, peso, genética e estilo de vida. Enquanto os sintomas são percebidos e relatados pelo próprio paciente, os sinais podem ser observados por familiares, parceiros de sono ou identificados em exames clínicos 8:
Sonolência diurna excessiva: Sensação constante de cansaço e tendência a adormecer durante o dia, mesmo após uma noite completa de sono.
Fadiga e falta de energia: Cansaço persistente e indisposição para realizar atividades diárias.
Dores de cabeça matinais: Cefaleias frequentes ao acordar, possivelmente devido à baixa oxigenação durante o sono.
Dificuldade de concentração e falhas de memória: Problemas para manter o foco e lapsos de memória relacionados à fragmentação do sono.
Irritabilidade e alterações de humor: Mudanças de humor, incluindo irritabilidade e sintomas depressivos.
Redução da libido e disfunção sexual: Diminuição do desejo sexual e possíveis dificuldades de desempenho.
Despertares noturnos com sensação de sufocamento: Acordar subitamente com falta de ar ou sensação de asfixia.
Ronco alto e persistente: Som ruidoso durante o sono, frequentemente notado por parceiros ou familiares.
Pausas respiratórias observadas durante o sono: Interrupções na respiração percebidas por quem acompanha o sono do paciente.
Engasgos ou sufocamentos noturnos: Episódios em que o indivíduo parece engasgar ou sufocar enquanto dorme.
Movimentação excessiva durante o sono: Agitação ou mudanças frequentes de posição na tentativa de restabelecer a respiração normal.
Boca seca ou dor de garganta ao despertar: Sensação de secura na boca ou irritação na garganta ao acordar, indicando respiração bucal noturna.
Sudorese noturna: Suor excessivo durante a noite, possivelmente relacionado ao esforço respiratório.
Hipertensão arterial: Pressão arterial elevada, que pode estar associada à AOS não tratada.
Noctúria: Necessidade de urinar várias vezes durante a noite.
A identificação precoce dos sinais e sintomas da apneia obstrutiva do sono é essencial para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida. Como a AOS pode impactar diretamente a saúde cardiovascular, metabólica e cognitiva, buscar um diagnóstico preciso com um profissional de saúde especialista em sono é fundamental. Com o tratamento adequado, é possível reduzir os sintomas, melhorar o descanso noturno e minimizar os riscos associados à doença 10.
Como tratar a apneia do sono?

O tratamento para apneia obstrutiva do sono deve ser individualizado e definido por um profissional de saúde especialista em medicina do sono, levando em consideração a gravidade do distúrbio, os sintomas apresentados, a presença de comorbidades e as características individuais do paciente 11. O plano terapêutico pode envolver diferentes abordagens, sendo que a terapia com CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) é amplamente recomendada para casos moderados a graves. O uso regular do CPAP mantém as vias respiratórias desobstruídas durante o sono, garantindo uma respiração adequada e prevenindo as interrupções respiratórias típicas da apneia 12.
O uso de CPAP não apenas pode melhorar a respiração durante o sono, mas também pode trazer uma série de benefícios à saúde. Estudos demonstram que a adesão ao tratamento pode aprimorar o processamento cognitivo, reduzindo dificuldades de concentração e falhas de memória, além de contribuir para um melhor equilíbrio emocional e humor. Além disso, o CPAP tem o potencial de diminuir o risco de complicações graves, como AVC, hipertensão e doenças cardiovasculares, uma vez que a apneia não tratada está diretamente associada a essas condições 13.
Manter a consistência no uso do CPAP é essencial para obter todos esses benefícios e promover uma melhor qualidade de vida a longo prazo 14.
O tratamento da apneia obstrutiva do sono deve ser individualizado, considerando a gravidade da condição, características anatômicas, presença de comorbidades e adesão do paciente. Para casos leves a moderados, alternativas como dispositivos intra orais (AIO), que reposiciona a mandíbula e a língua para manter as vias aéreas abertas, e exercícios miofuncionais orofaciais orientados por fonoaudiólogos, que fortalecem os músculos da orofaringe, podem ser eficazes. Mudanças no estilo de vida, como perda de peso, prática regular de atividade física e evitar o consumo de álcool e tabagismo, são recomendadas em todos os graus da doença.
Em relação às intervenções cirúrgicas, estas são indicadas de forma criteriosa e geralmente reservadas para casos específicos onde outras abordagens não foram eficazes ou quando há alterações anatômicas significativas contribuindo para a obstrução das vias aéreas 15.
A escolha do tratamento adequado deve ser personalizada e orientada por um profissional de saúde especialista em sono, considerando as características e necessidades de cada paciente.
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